A chuva tocava-lhe no rosto, ele não se importava, até gostava da sensação. A água fina a cair-lhe na face e escorrer pelo resto do corpo, já encharcado. As roupas que trazia vestidas não eram propriamente impermeáveis e estavam agora ensopadas e pesadas devido à água.
Adorava aquelas ruas, estreitas, sem passeios e com o chão de paralelos já lisos. Delimitada pelas casas antigas de cada lado da rua, um caminho percorrido por inúmeras pessoas a pé, depois carroças e agora carros. Uma calçada intemporal que guardava memórias de tempos idos.
Andou um pouco mais, chegou a um pequeno largo com um chafariz, e sentou-se num banco de madeira, o banco aparentava ter algumas dezenas de anos, não tantas quanto o chão onde este estava. Tentou não pensar na chuva que não cessava o fogo sobre a sua cabeça.
Libertou a mente de tudo o que era banal, apenas ecoavam os versos de uma música antiga, que tal como o banco vivia já há muito tempo, e como a calçada, havia de viver muitos mais.
Tentou pensar no sentido da sua vida e no rumo que queria levar. Tomou uma decisão, levantou-se e partiu.
Nunca mais seria o mesmo!
Na Chuva
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12 comentários:
Lindíssimo o texto, a introspecção, a nostalgia da chuva que tanto gosto, os pensamentos que afluem como que obrigamndo a pensar com a doce serenidade de um tempo de recolhimento, uma chuva que molha mas gratifica, um banco que ninguém quer naquele momento e que, tal como a chuva, se torna amigo momentâneo.
Revejo-me. Muito. So nao tenho forças para mudar. Ou talvez tenha e nao consiga...
Nao fazia ideia que este blogue tinha sido removido aparentemente pelo caso Obama. Obama é outro Abraham Lincoln e o mundo nao sabe estar agradecido....
Abraço e se puderes ainda hoje participar de um encontro de bloguistas que nao se conhecem entre si, tal como nos dois, entao vê o link no meu blo, é em Santos, no restaurante Boka de Santos, e podes ligar para o meu numero caso precises de te orientar.
Um abraço
Está perfeito *
:)
Muito bom! Ainda bem que voltáste à blogosfera! ;)
Beijinhos
Joãozinho...
Já te tinha dito que tinha adorado, mas volto a dizê-lo aqui.
ADOREI =D
Beijinho
Sara
Nunca mais voltaria a ser o mesmo. Claro que não, nem que fosse à conta da pneumonia que apanhou, por andar feito parvo à chuva!
Joao Érre,
qual foi a decisão?
Tu vê lá em que é que te metes!
Beijinhos
ps: o texto está bonito, sim senhor. É autobiográfico?
Adorei o texto. Parabéns! A atitude de cada um de nós deveria ser sempre a que imprimiste em cada uma das frases deste post... Porque depois de cada chuvada... o sol volta sempre a brilhar!
Xi-<3!
o 'entrar dentro de nós mesmos', vermo-nos, tem séria sabedoria!
qnd os dias surgem mais negros, com mais espinhos, sentimos a necessidade de nos sentarmos e olharmo-nos, olhar o que sucede muitas vezs sem termos poder na materia.
beijooo
É só para dizer que resolvi ultrapassar a vontade de bater em computadores, e criei um espacinho. Vai lá dar um salto, vá.
Vê lá tu não me assustes com aquela coisa do stalker americano! eheh
adorei:)
a descriçao pormenorizada consegue fazer milagres num texto, consegue dar-lhe vida e fazer-nos imaginar nesse lugar*
fez me ouvir a musica da mariza.
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